domingo, 23 de agosto de 2015

Num domingo de sol

Num domingo de sol eu continuo a pensar sobre o que quero ser “quando crescer”.
Num domingo de sol eu vislumbro a vida que quero ter e agradeço a que já tenho.
Nesse mesmo domingo eu tenho vontade de flutuar e voar a todos os lugares que eu desejo um dia estar e são tantos que não sei mensurar quanto tempo demoraria fazer todo esse percurso.
Num domingo de sol eu tenho vontade de sair para passear e demorar a quantidade de tempo para voltar feliz e leve.
Ah! Preciso ter mais tempo, tempo para sentir a leveza da vida, tempo para sentir que estou no caminho certo e tempo para amar sem fronteiras.
Num domingo de sol eu penso que a vida será mais fácil de agora por diante e quem sabe até “para sempre”.
Nessa visão romântica aparece também os sonhos românticos que arrancam suspiros e que deixam o coração acelerado.
Não sei quantos domingos mais será necessário viver para sentir a calmaria de dias mais leves, mais tranquilos, mais amorosos e mais seguros.

Enquanto isso, eu vivo esse domingo de hoje que mais me parece (um) presente.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Tempos



De tempos em tempos a alma parece sair da boca, ela quer voar.
De tempos em tempos ela parece não se importar com nada, quer só viver.
De tempos em tempos a vida vira outra e não deixa vestígio da vida já vivida.
A alma e a vida se unem para transformar aquilo que era só sonho ou que já estava adormecido.
É tempo de dar vazão a ela e deixar que ela voe livre, sem intervenção.
Já era tempo de eu não me preocupar com aquilo que eu considero loucura.
Mas aqui dentro ainda tem uma prisão com portas e janelas abertas.
Aqui dentro tem uma mistura de sentimentos e medos.
Porém, ela já me disse que o tempo agora é dela, só dela.

Então eu deixei a minha alma ir passear, junto comigo.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Escolhas

Viver é escolher e cada escolha implica numa vida. Pode ser a vida vivida, mas pode ser também a vida do "talvez", aquela que habitará para sempre o lugar do quase, do poderia.
O tempo todo fazemos escolhas, conscientes e inconscientes. A nossa história também foi escolhida, com exceção da família e data de nascimento, o resto fomos nós que escolhemos.
E por que é difícil escolher? Acho que é por causa dessa sensação de perda; da perda de outra vida que poderia ter sido. A cada escolha, as sombras do poderia ter sido nos acompanha.
Quando os planos saem como ou melhores do que o planejado, as sombras se diluem e nem nos lembramos dessas outras vidas que um dia foram sonhadas também. Mas bastou algo sair do script para a cabeça jogar na cara essas outras possibilidades que nesse momento já são passado.
Nesse exato momento de vida eu tenho que fazer escolhas. É escolher entre ficar ou ir, entre aceitar o que tenho e o que está aparecendo ou ir também atrás de algo que eu busquei lá atrás.
Eu escolhi ir, decidi de novo ir para outro país, mas volta e meia a minha consciência me pergunta: você está realmente certa? Você acha que é o melhor? E se...?
Decidi escrever porque os questionamentos levantaram dúvidas que estavam adormecidas. Porque eu mesma comecei a me imaginar numa série de situações.
O meu coração me pede para ir sem medo, sem anseios. Me pede só para me entregar e me "garante" que está tudo certo, que tudo acontecerá no momento certo. As oportunidades continuarão aqui.
Aqui dentro tem um mundo em ebulição. Primeiro porque tem que esperar e nessa espera passam não só os dias, mas um monte de vida também. Já teve choro, risos, insônia, comemoração, preocupação... Segundo que outras oportunidades estão aparecendo e cada elemento novo é também uma possibilidade nova. Terceiro, a vida é dinâmica e até tudo se tornar real, o irreal sonda também tentando virar real.
Seria perfeito descobri ou poder viver essas vidas e ter certeza do que vai acontecer com cada escolha. Mas não é possível. A gente só tem certeza do que viveu e acho que nunca teremos certeza absoluta se estamos no caminho certo ou na vida certa.
Quando me vejo hoje, muitas vezes não me reconheço porque eu já quis ser tanta coisa que não sou e também já fui tanta gente que hoje não tem mais sentido ser. Eu mudei muitas vezes e isso só foi possível pelas escolhas feitas e vividas.
Eu tenho me repetido inúmeras vezes que a gente pode parar e voltar atrás, que pode sempre começar tudo de novo, até mesmo o que estamos vivendo agora. A gente pode tirar férias da gente mesmo e não saber mais o que será. Pode deixar a vida fluir e seguir o fluxo. Pode tentar controlar tudo o tempo todo. Pode...pode...pode...
Porém, o mais importante é o fazer porque ele é que delimita o que é o real. E muitas vezes não sabemos se estamos fazendo certo. Se estamos no caminho certo.
Enquanto escrevo sei que tem um monte de coisa sendo definida na minha vida, tem um monte de outras vidas se aproximando, tem outras escolhas para serem feitas.
Nessa perspectiva escolher é viver. Eu sempre escolho muito rápido, talvez porque sinta o que estar por vir, talvez porque escute o coração.
Eu quero ter ainda muitas possibilidades de escolha na vida. Quero sempre olhar a minha vida e ter consciência de eu tracei o caminho. E quero muito aprender a escolher com tranquilidade. Quero aceitar que é natural. Quero entender que a vida é isso mesmo, algo que a gente vive e muitas vezes não entende porque eu acho que ela não foi feita para ser entendida e principalmente porque viver exige coragem.





domingo, 8 de março de 2015

Dor

Não sei explicar a origem da dor que me habita.
Talvez ela sempre esteve aqui e eu não a conhecia; só apareceria de vez em quando.
Talvez ela tenha se aproximado porque permiti, porque a convidei.
Talvez seja só o reflexo de desejos e sonhos incompletos. De ansiedade de uma alma que tem pressa.
Talvez ela nem seja real e não passe tudo de apenas imaginação.
Viver é doer também, mas não estamos preparados para senti-la e nunca a desejamos.
Doer é também amadurecer, olhar o mundo e as pessoas de outro jeito.
É ter coragem de mudar. É todo instante tentar transformar a dor em amor, em paz, em felicidade.
Doer também é estar cheio de vida e ter sonhos guardados. É não se entregar. 
Doer é conhecer aquele lado que você não admira, não gosta, mantém longe.
Viver é esse conflito de sentimentos, de estações, de vivências.
E eu sei que se pensasse e desejasse menos o mundo, a minha vida seria bem mais simples.
E hoje a dor vem justo desse desejo de ter uma vida simples.

quinta-feira, 5 de março de 2015

Tempo

Faz tempo que não sei o que é tranquilidade.
Faz tempo que os dias passam arrastados.
Faz tempo que eu desejo mundo, mas também desejo só um pouquinho dele.
Faz tempo que tenho vontade de fugir com a esperança de me encontrar em algum lugar do mundo.
Faz muito tempo que eu só desejo paz, amor e tranquilidade.
Agora eu sei que preciso aprender a respeitar o tempo do tempo.
Talvez seja aceitar mais a vida que tenho hoje, afinal ela é fruto do que construir lá atrás.
Alguns me dizem que é apenas questão de ter fé e de acreditar.
E aqui dentro de mim nenhum desses conceitos fazem sentido, porque o tempo dos meus desejos e dos meus sonhos corre em um ritmo frenético que não pertence ao tempo que vivo hoje.
São momentos em que você se questiona, pensa em desistir, em se entregar, em não fazer nada, em fazer tudo, em mudar de cidade, de casa, de vida...
Talvez seja só questão de tempo mesmo para que a nova vida, aquela que eu quero, dê a cara e se apresente de forma tranquila e avassaladora.
Acho ainda que parte dessa angústia por outros dias vem da intensidade com a qual eu vivo: muitas vezes sem me preocupar com nada, agindo apenas por impulso; em outros momentos tão temerosa que o corpo e a alma se paralisam. Acho que tudo isso é para que eu chegue numa equação mais equilibrada, para que eu seja finalmente um ser mais tranquilo, com mais amor e com mais intensidade para viver a vida.
Enquanto tudo isso não chega eu só desejo que a ampulheta do tempo transcorra com o tempo necessário para me fazer sorrir e me trazer felicidade.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Hoje

Dentro de mim vive um mundo novo, louco para se mostrar.
Vivo um ciclo novo que ainda me enche de dúvidas, mas que me pede para acreditar que será bom.
Tem dias que perco a noção do tempo, que tudo passa muito lento; já tem outros dias que me sinto numa corrida sem fim, como se tivesse que chegar rapidamente em algum lugar.
O novo é um período de mudança, de força, de entrega, de fé e esperança. Hoje eu me sinto fora de mim, fora do que um dia foi a minha vida e tudo isso porque uma nova vida está chegando.
É louco estar em um lugar tão conhecido, com tantas histórias, que já significou segurança e nesse momento ser um lugar novo, um lugar que já não representa segurança. É um lugar especial, mas que se transformou em mais um lugar do mundo, desses que eu sempre vou falar com muito carinho.
Esse ciclo pede que eu esteja mais tranquila, mais confiante, mais serena e realmente eu acho que mereço tudo isso depois de viver anos sempre querendo mais e mais.
Agora eu estou à espera desses dias tranquilos, dessa vida que eu já sei (ou pelo menos imagino) como será. Eu quero tocá-la, quero experimentá-la, quero entregar-me de corpo e alma.
E hoje eu estou focada em mim mesma; focada nesses sonhos que são tão meus que eu não sei expressar direito; focada no que eu desejo para mim e concentrando todas as forças para que tudo se realize.
No fundo eu sei que é apenas questão de tempo e eu também quero aprender a viver um dia de cada vez, sem pressa para ver o futuro.
Hoje eu estou feliz por ser eu mesma e principalmente por não evitar a vida que se aproxima de mim.
Que ela seja bem-vinda e que me traga o que for do meu merecimento.
Um viva a entrega!