sábado, 21 de novembro de 2009

Manhã de sábado

Mesmo depois de tanto tempo, ver você me enche de desejo.
Hoje tive vontade de saltar do ônibus, te gritar e dizer que quero muito.
O que freiou? A consciência que me fez lembrar que eu já sofri o bastante para não querer mais, para deixar para lá, para querer o novo, para gostar de um novo alguém.
E se eu pudesse agora te dizer tudo o que eu quero seria assim:
Em todos esses anos o homem que eu mais desejei foi você. Talvez essa distância, ausência contribua para criar uma situação que beira mais o ireal do que o real.
Mas o desejo que sinto é real. A vontade de te beijar, abraçar, escutar a sua voz também é real. Mas eu estou aprendendo a passar vontade, a matar desejo em pró de um bem-estar.
E fica a pergunta, será que conseguirei?

Meninos

Estava no buzu ontem pela manhã, indo para o curso, pensando na vida, querendo ir para a praia, pensando nas viagens que quero fazer, nas pessoas, quando escuto algo familiar, ao olhar para a BusTV vejo que está passando "Meninos". "Meninos" é um curta que eu trabalhei, foi produzido em 2007 e trouxe muitas alegrias para toda a equipe.

Fiquei viajando assistindo "Meninos" no ônibus. Olhando as pessoas, percebendo a reação, lembrando do processo, confirmando que é com cinema que eu quero trabalhar mesmo, divagando o quanto é bom trabalhar com arte e melhor ainda ver um trabalho que você participou em um momento inesperado.

Assistir "Meninos" no ônibus faz parte do inusitado da vida, dos acontecimentos não previstos mas que nos enchem de alegria. E oq ue seria da vida sem esses momentos simples e complexos que nos faz pensar na vida, nas pessoas com as quais nos relacionamos, no nosso projeto de vida, nos nossos sonhos.

Eu quero mais momentos assim para perceber o quão importante é viver. Perceber que a qualquer momento a vida nos chama para nos presentear e nos convoca a ver a realidade com olhos mais sensíveis.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Em Estado de Conferência

A primeira vez que escutei essa frase achei graça, só depois compreendi o verdadeiro sentido dela. Em mais de um mês participei de diversas conferências de cultura pelo interior da Bahia e adorei, aliás continuo adorando porque ainda não acabou.

Nesse tempo senti que amadureci, o contato com tantas pessoas, grupos, de diferentes cidades, territórios, com diferentes desejos, anseios, me fez também pensar no que eu quero para o meu trabalho. Me sinto particularmente feliz porque escolhi trabalhar com cultura e a cada dia eu sei que foi a melhor escolha que eu poderia ter feito.

Sábado último me emocionei ao estar junto com tantos mestres populares, com tantas pessoas que fazem a cultura popular na Bahia, em rever o povo da minha terra e nesse momento eu esqueci o cansaço e agradeci por estar vivendo esse momento que eu sei que é importante para mim hoje, e será muito mais depois.

Viver em estado de conferência significa paciência para escutar, disponibilidade para cooperar, atenção para com as pessoas. Viver em um estado como a Bahia é mais do que um presente para quem quer se dedicar a viver de e com cultura.