Passei os últimos meses rezando para que chuvesse, o calor estava demais, e agora que finalmente chove na capital baiana eu já rezo para que pare. Não que eu ache que já basta, ainda precisa de mais chuva, mas o problema é que a cada chuva que cai do céu faz desabar uma casa na terra, faz morrer pessoas. Então desde ontem, eu já rezo para que pare, para que não chova por algum tempo, até que as coisas se regularizem.
Todo ano é a mesma coisa, a cada gota de água que cai do céu pode ser menos uma vida na Terra. Outro dia vi uma propaganda na TV que dizia para as pessoas não construírem próximo às encostas, não desmatasse próximo às encostas porque quando as chuvas caem, essas casas podem desabar e finalizava dizendo que antes de iniciar as construções era necessário se dirigir ao órgão responsável. Aí eu fico a me perguntar, se as pessoas moram nas encostas provavelmente vivem também uma vida de abdicação, provavelmente elas sabem ou no mínimo imaginam que a sua casa pode desabar, que o seu filho pode pegar leptospirose, que a sua vida, muitas vezes, torna-se invisível aos olharas humanos e governamentais. E aí vem a pergunta que sempre me ronda, o que falta? Quando será que todos nós seremos responsáveis pela cidade que moramos, pelas pessoas que vivem nela? Quando? Não sei, talvez nunca.
Nos dias de chuva todos nós reclamamos, porque ela nos afeta de várias formas, são as avenidas alagadas, carro que quebra, engarrafamentos, casas que desabam. Nesse momento parece que somos todos um a reinvidicar melhoras, mas quando tudo passa, passa também essa junção e novamente volta a separação.
Enquanto ficarmos assim, a olhar só para nós mesmos, o que está ao nosso redor tende a acabar, a se destruir, e quiçá sobrará apenas eu e as minhas construções, que num mundo desabitado de nada servirão.
Ê Chuva que cai do céu, tenha piedade de nós, pare!
Ê Chuva que teima em cair do céu, minha casa já não existe mais, meus filhos já não tem aonde se abrigar, pare!
Ê chuva que cai do céu, deixe que a minha vida continue, de minha casa já não resta nada, me guarde a vida, pare!
A chuva que trás a vida, trás também a morte na Cidade de Papel.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
domingo, 19 de abril de 2009
Amizade
Amizade palavra leve.
Amizade traduz vidas, sonhos, alegrias, força, natural, encontros....
Amizade é o sentimento mais sublime que conheço.
O que seria de mim sem meus amigos?
Nada seria!
Amizade traduz vidas, sonhos, alegrias, força, natural, encontros....
Amizade é o sentimento mais sublime que conheço.
O que seria de mim sem meus amigos?
Nada seria!
Um querer
Um querer sem fim de ser diferente, de ter uma vida diferente, de ter pessoas diferentes, de ter casos diferentes, de ter dias diferentes....
E assim eu poderia seguir porque a lista é infinita, porque ter desejos é infinito, o difícil é satisfazê-los sem ter dor na consciência, sem ter culpa, sem ter remorso. Ai os desejos que eu possuo, se pudesse me desprender de mim e de minha vida e por tempos, ou meses, ou dias, eu pudesse apenas satisfazê-los! Para alguns eu estaria beirando a loucura, para outras ficaria para sempre sem significação, e para mim não sei se sentiria liberdade, a maior do mundo, ou se simplesmente encheria o saco.
Às vezes eu penso que seria muito bom poder fazer tudo o que desejo, mas no momento seguinte eu penso que seria sem graça. Eu sou o tipo de pessoa que não posso ter satisfação porque as coisas perdem a graça. Eu gosto do desafio, do impossível, do que só eu posso ter. Dessa forma, se um dia eu pudesse ter tudo o que eu quero, morreria. Morreria de tédio, de chatice, de não ter mais o que querer, de não me reconhecer, da vida se tornar possível demais.
Mas já que falo em desejo, hoje, só hoje, eu gostaria de poder ter todos, digo TODOS os meus desejos atendidos, como se fosse uma viagem com hora marcada para acontecer, e no outro dia ficasse a lembrança de que tudo foi um sonho. Só assim eu continuaria a querer mais, a desejar mais, e de vez em quando eu teria mais um devaneio e faria tudo o que eu quero e por assim em diante, faria e pareceria sonho.
Um querer, muitos quereres, um querer, muitos quereres.
Viajar. Casar. Ser solteira. Ter filhos. Amigos. Dinheiro. Trabalho. Cinema. Festas intermináveis. Amores correspondidos. Paixões fortes. Amores sublimes. Comer. Beber. Água. Cachoeira. Tomar banho no rio São Francisco. Porto da Barra. Rio de Janeiro. Conhecer a Amazônia. O Pantanal. Ir a Bonito. A Fernando de Noronha. Abrolhos. África. Conhecer toda a Ámerica do Sul. Trabalhar com Fernando Meirelles. Sorrir. Amar. Beijar. Fazer amor.Tomar banho. Molhar os cabelos. Dormir. Não fazer nada. Fazer mil coisas ao mesmo tempo. Chapada Diamantina. Capão. Fazer mestrado fora do Brasil. Mestrado no Brasil. Ficar com muitas pessoas. Ficar com apenas uma pessoa. Viver. Sonhar. Realizar. Chorar. Pensar. Duvidar. Mudar de ideia. Defender. Cair. Lenvantar. Conhecer. Desconhecer. Começar. Findar. Recomeçar. Ver. Enxegar. Falar. Escutar. Viajar a São Paulo. Fazer filmes. Crescer. Permanecer. Andar de trem. De avião. De metrô. A pé. Conhecer alguém e me apaixonar. Desapaixonar. Apaixonar novamente. Amar simplesmente. Ficar apenas. E no final de tudo isso querer mais, muito mais.
Um querer, um querer sem fim, um querer que não acaba porque a vida é assim, os segundos não param.
E assim eu poderia seguir porque a lista é infinita, porque ter desejos é infinito, o difícil é satisfazê-los sem ter dor na consciência, sem ter culpa, sem ter remorso. Ai os desejos que eu possuo, se pudesse me desprender de mim e de minha vida e por tempos, ou meses, ou dias, eu pudesse apenas satisfazê-los! Para alguns eu estaria beirando a loucura, para outras ficaria para sempre sem significação, e para mim não sei se sentiria liberdade, a maior do mundo, ou se simplesmente encheria o saco.
Às vezes eu penso que seria muito bom poder fazer tudo o que desejo, mas no momento seguinte eu penso que seria sem graça. Eu sou o tipo de pessoa que não posso ter satisfação porque as coisas perdem a graça. Eu gosto do desafio, do impossível, do que só eu posso ter. Dessa forma, se um dia eu pudesse ter tudo o que eu quero, morreria. Morreria de tédio, de chatice, de não ter mais o que querer, de não me reconhecer, da vida se tornar possível demais.
Mas já que falo em desejo, hoje, só hoje, eu gostaria de poder ter todos, digo TODOS os meus desejos atendidos, como se fosse uma viagem com hora marcada para acontecer, e no outro dia ficasse a lembrança de que tudo foi um sonho. Só assim eu continuaria a querer mais, a desejar mais, e de vez em quando eu teria mais um devaneio e faria tudo o que eu quero e por assim em diante, faria e pareceria sonho.
Um querer, muitos quereres, um querer, muitos quereres.
Viajar. Casar. Ser solteira. Ter filhos. Amigos. Dinheiro. Trabalho. Cinema. Festas intermináveis. Amores correspondidos. Paixões fortes. Amores sublimes. Comer. Beber. Água. Cachoeira. Tomar banho no rio São Francisco. Porto da Barra. Rio de Janeiro. Conhecer a Amazônia. O Pantanal. Ir a Bonito. A Fernando de Noronha. Abrolhos. África. Conhecer toda a Ámerica do Sul. Trabalhar com Fernando Meirelles. Sorrir. Amar. Beijar. Fazer amor.Tomar banho. Molhar os cabelos. Dormir. Não fazer nada. Fazer mil coisas ao mesmo tempo. Chapada Diamantina. Capão. Fazer mestrado fora do Brasil. Mestrado no Brasil. Ficar com muitas pessoas. Ficar com apenas uma pessoa. Viver. Sonhar. Realizar. Chorar. Pensar. Duvidar. Mudar de ideia. Defender. Cair. Lenvantar. Conhecer. Desconhecer. Começar. Findar. Recomeçar. Ver. Enxegar. Falar. Escutar. Viajar a São Paulo. Fazer filmes. Crescer. Permanecer. Andar de trem. De avião. De metrô. A pé. Conhecer alguém e me apaixonar. Desapaixonar. Apaixonar novamente. Amar simplesmente. Ficar apenas. E no final de tudo isso querer mais, muito mais.
Um querer, um querer sem fim, um querer que não acaba porque a vida é assim, os segundos não param.
sábado, 18 de abril de 2009
Chuva
Dia de chuva lembra: assistir filme, ficar em casa, sentir preguiça, não querer fazer nada, inventar o que fazer em casa, não querer sair, pensar na vida, ficar no computador, tomar banho de chuva, banho de lama dos carros, sair com sobrinha, desmarcar saída, ver amigos, assistir TV, dormir, assistir a chuva da janela, se molhar, se lambuzar, comer um monte de besteiras....
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Vazio
Tem dias que é um vazio sem fim. Por mais que se olhe a luz demora a brilhar. Tem dias que o pensamento vaga sempre no mesmo pensamento, impedindo que os novos pensamentos venham para dissipar a sensação ruim.
Nessas horas eu me pergunto, de que vale se remoer? De que vale martelar o mesmo pensamento, quando novas vibrações estão a nos rodear loucas por trazer a novidade. Eu não sei. Só sei que ser humano é difícil, justamente porque ser humano nos faz ter atitudes, pensamentos que nem sempre condizem com a nossa escolha de vida mas que fazem parte da gente.
Nesses dias de vazio, acho que o melhor é dar vazão para que ele cumpra o seu papel e saia aos poucos trazendo a multidão, as cores, as conversas, os pensamentos, as vozes, os abraços, os beijos, o perdão, o eu nunca mais vou fazer isso, o eu prometo, o eu sou humano e não sei o que estar por vir.
Eu fico com o vazio e com o cheio. Com a multidão e uma pessoa só. Com o que eu sou e com o que eu quero ser. E que venha mais vida!
Nessas horas eu me pergunto, de que vale se remoer? De que vale martelar o mesmo pensamento, quando novas vibrações estão a nos rodear loucas por trazer a novidade. Eu não sei. Só sei que ser humano é difícil, justamente porque ser humano nos faz ter atitudes, pensamentos que nem sempre condizem com a nossa escolha de vida mas que fazem parte da gente.
Nesses dias de vazio, acho que o melhor é dar vazão para que ele cumpra o seu papel e saia aos poucos trazendo a multidão, as cores, as conversas, os pensamentos, as vozes, os abraços, os beijos, o perdão, o eu nunca mais vou fazer isso, o eu prometo, o eu sou humano e não sei o que estar por vir.
Eu fico com o vazio e com o cheio. Com a multidão e uma pessoa só. Com o que eu sou e com o que eu quero ser. E que venha mais vida!
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