Estranhando a falta de animação, não a animação por viver (essa não me abandona), mas a animação em sair, ver as pessoas, ir aos mesmos lugares. Vontade de reclusão, talvez seja a necessidade de reinvenção. Reinventar aquilo que quero ser, talvez em resposta àquela velha pergunta feita desde a infância, o que você quer ser quando crescer? E a inconstante sensação de não ter a resposta, até por ser difícil mesmo se decidir no meio da vida a seguir um rumo, um caminho. Fica aí a minha incompetência em ter um plano de ação da minha própria vida.
E é por isso que tenho me denominado caixinha de sonhos, mas poderia ser também de surpresas. Eu preciso admitir não ter nascido para planejar e sim para vivenciar. Adoro a sensação de ser levada pela vida, de agora querer algo e no minuto seguinte me perguntar, é isso mesmo?, e desistir, abandonar e começar tudo outra vez. Dá trabalho mas me deixa feliz, talvez mais feliz do que seguir um caminho que me levará a uma vida de estabilidade, mas me cortará a inconstância, que tão feliz me faz.
Mas hoje estou a pensar no que será de minha vida. Daqui a poucos dias completo 30 anos, idade totalmente adulta, e a mente ainda sem saber direito o que quer da vida. Aí necessito completar que é sem saber o que quer da vida adulta, porque da outra vida eu sei muito bem o que quero. Quero correr o mundo inteiro, viver as coisas mais simples e as mais complexas tambéms, conhecer as mais variadas pessoas, os mais distantes e próximos lugares, viver nos grandes centros e nos pequenos vilarejos também. Será que isso já não é um planejamento? O planejamento da inconstância, da incerteza, daquilo que me deixa feliz.
Fico pensando que é preciso mais paciência para que os sonhos caibam dentro da nossa estratégia de vida. Não é fácil viver para realizar sonhos, mas quando isso acontece parece que uma certeza aparece, a certeza de que vale muito a pena viver e querer viver um dia de cada vez, sem o compromisso de se pensar a vida que se quer ter. Valorizo o presente porque entendo que é realmente um presente cada dia de existência. Agradeço a oportunidade de viver e quero chegar ao fim da minha vida podendo agradecer aos momentos vividos, às pessoas que eu encontrei pelos caminhos, aos amigos que ganhei, a minha família, aos trabalhos desenvolvidos, às incertezas que depois se tornaram certezas e transformaram a minha vida em algo mais do que especial.
Finalizo agradecendo a dádiva de viver e ao meu reconhecimento como uma pessoa especial que faz o que está a sua volta especial também.
domingo, 15 de agosto de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Que texto lindo, amiga !!! Amei e me identifiquei muito com ele ! É seu ?
Saudades, Jerus
Postar um comentário