quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Eu só quero te dizer que muito satisfeita eu fui durante o tempo que estive com você.
Talvez não uma satisfação total, mas aquela que é inquieta, que questiona.
Pergunto-me por que gosto tanto da instabilidade, do não saber aonde se vai parar.
Ainda não tenho a resposta, acho que tudo o que vivi me faz ser assim, meio fechada, meio aberta, mas disposta a aceitar o que a vida tem a me oferecer.
Aqui dentro de mim um mundo gira e compõe histórias; por outro lado é difícil acompanhar tamanha complexidade.
Às vezes eu penso que tudo podia ser simples, casual (como tem que ser), porém a cabeça viaja tanto que mil outras histórias são criadas e alimentadas e no final eu só me pergunto o que está dentro da realidade ou não.
Uma parte de mim grita, a outra se esconde; uma de minhas faces quer dizer tanta coisa, a outra quer silenciar e no meio de tudo isso tem uma parte que sabe o que fazer, mas que pensa demais.
E no fundo eu sei que sou apenas uma menina que olha o horizonte e sonha, sonha e sonha; no fundo sei que ainda falta um pouco de ação....

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Eu sei que cada dia é um dia novo.
Ah! Dentro de mim se esconde tanta novidade que um dia se torna pouco.
A novidade do que é velho.
O velho que se faz novo.
Os tantos caminhos sonhados que se transformam em novíssimos caminhos.
Eu mesma que a cada dia me levanto uma nova mulher só para costurar o velho e o novo, o desejo e o sonho, o passado e o presente, sonhando com olhos vidrados no futuro.
A vida é inconstância recheada de momentos mágicos.
A vida é repleta de oportunidades.
E eu me pergunto, por que repetir quando se pode inovar?
No fundo eu acho que falta aprender e entender que a mudança faz parte do ciclo da vida; e isso não é ruim.
A mudança nos transporta para outros mundos, promove um cambio energético, muda a nossa visão de mundo.
A mudança nos faz mais humanos porque desde o principio somos movidos por ela.
Os seres que se arriscam a mudar são mais vivos porque estão em contato com a energia do mundo que é mudar para transformar, para evoluir.
Aceitar a energia da transformação, é aceitar viver um mundo que eu poderia chamar de paralelo, pois a energia da transformação é mágica, traz consigo toda a inevitabilidade da vida.
Nessa vida eu quero ser tantas, porém compondo o mesmo ser. Quero dar luz e movimento aos meus sonhos. Quero sentir a força do universo que faz de mim mulher, que me recorda todos os dias que tenho um caminho a seguir.
Não quero uma vida de metades, eu quero sensações e momentos inteiros. Quero uma vida inteira, mas que seja maleável para mudar de planos quando for preciso.
Eu não quero ter um guia de vida, quero uma espécie de caderno para ir completando aos poucos, saborosamente.
Quero sentir a pulsação do mundo em mim e ajudá-lo a vibrar também.
Quero ter conforto em qualquer lugar e que em cada um deles eu possa transformar em minha casa.
Quero a inconstância para fazer dela uma vida constante.
Quero viver com amor para que a morte seja adocicada e para que eu lembre todo dia que sempre é hora de começar.
Sei que tenho muito a percorrer e descobrir, mas aprendi a guardar em mim a essência da curiosidade que me faz mais humana.
Tenho sede de vida e fome de sonhos.
E hoje, só desejo viver tempo suficiente para realizar o que um dia foi apenas desejo.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

De repente senti que os olhos marejavam, de amor, e foi impossível deter as lágrimas.
Um amor que transborda dentro de mim pela vida e pela vontade de viver, que me faz querer mais e seguir em frente.
Que me induz a reconhecer sentimentos e ações; que traz o perdão pelas repetições; e sonhos para se viver.
O mistério da vida consiste em se entregar, em aceitar, em vivenciar.
Às vezes eu sinto vontade de correr para que tudo aconteça logo ou de correr para fugir de tantos sentimentos juntos.
Mas para aprender é preciso entrega, paciência e fé. E como eu tenho aprendido a praticar tudo isso e acreditar na força do universo!
Eu sinto as voltas que o mundo dá, mesmo sem entender tudo, sei que tem um sentido e sou grata por ter aceitado o convite da vida de fazer diferente, de sair da "normalidade".
E vivo como se quisesse adivinhar o futuro, mas toda a força desse momento me empurra para o presente. Tenho aprendido que, às vezes, é necessário se deslocar para reconhecer o que já se sabia, para se enfrentar consigo mesmo, para valorizar o pequeno, para simplesmente se maravilhar pelo simples fato de se despertar e ter alegria em viver o seu próprio destino.
Na roda da vida eu sigo, meio cambaleante, mas com os olhos brilhantes de criança que vê o mundo pela primeira vez.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Colcha de retalhos

De tantos desejos queridos eu monto uma colcha de retalhos de vida e de sonhos.
A cada dia costuro um novo pedaço.
Às vezes desfaço tudo e começo de novo.
Tem dias que retalho de qualquer jeito e há outros que ponho todo o amor do mundo.
Acho que é porque a vida é feita de ciclos, de remendos, de pedaços, de sonhos que se entrelaçam para no fim transformar a nossa vida.
Ah! Em momentos de impaciência eu só peço que tudo passe rápido, mas sei que lá no fundo gosto mesmo é la lentidão, é da observação, é de não ter tempo.
Cada dia é uma oportunidade nova, mesmo que seja para fazer um remendo no que já está pronto.
Hoje olhei minha colcha e senti uma ponta de alegria e satisfação porque sei que ela me reflete.

domingo, 10 de novembro de 2013

Vivendo de sonhos

Eu sempre me pergunto porque insisto no que sei que é errado. Então passo dias remoendo coisas, sensações, sentimentos que deveriam apenas passar. Esses dias tenho me questionado muito sobre o meu próprio ego. Por que insistir em viver coisas que sei que não tem sentido? Por que sofrer por alguém para o qual não tenho importância nenhuma?

Acho que continuo numa fase de muito aprendizado e sei que na próxima vez me brindarei a viver algo mais consistente e dentro dos padrões que desejo. Sei que desejos se transformam em sonhos e por isso acredito que é necessário pedir com muita fé para que na próxima volta que o mundo dê eu receba de presente o que tenho plantado.


domingo, 3 de novembro de 2013

Eu me entreguei ao desejo de descobrir o desconhecido.
Eu me joguei de cabeça nas profundezas do mar em busca do que guardo em mim.
Eu corri de braços abertos para ter a sensação de abraçar o mundo inteiro.
Eu dancei até acreditar que toda a música do mundo parava de tocar.
Eu sorri até sentir o rosto cansar.
Eu caminhei por tantas estradas que todas elas se misturam hoje.
Eu mantive o brilho do olhar.
Eu quis contar todas as estrelas do céu e vi as fases da lua.
Eu dormir tarde e acordei cedo, só para ver o sol nascer.
Eu fiz tanto e tão pouco, só para guardar pedaços de sonhos que ainda não realizei e passagens de vida que ainda quero viver.



sexta-feira, 1 de novembro de 2013


O amanhecer chuvoso trouxe consigo alegria, mas no fim da manhã uma dose de melancolia e de muitas perguntas.
Eu só penso na inevitabilidade da vida, nas surpresas, no inesperado, no que não está em ordem e a partir disso eu sinto a necessidade de me organizar.
Penso que preciso mudar tantas coisas, viver outras mais e dentro de mim um turbilhão de sentimentos, de promessas e de desejos coexistem.  E fora de mim todas as formas de ação se articulam para fazer a diferença.
É bom quando a vida te sacode e te questiona, isso ativa todas as áreas do corpo e da alma em busca de respostas, mas o que sinto é que não existem respostas prontas a minha espera; existe a espera e o caminho.
Eu não sei se esse caminho é longo ou pequeno, se tem pedras e espinhos ou se está rodeado de flores, árvores e cachoeiras... O que sinto é a necessidade de caminhar, às vezes muito lento, às vezes muito rápido, às vezes sem disposição e às vezes com toda a disposição do mundo.
No fundo eu sei que tudo isso me diz que estou viva, e não só porque respiro, mas porque tenho em mim vida e brilho nos olhos, e isso já são ferramentas suficientes para se viver uma vida mais feliz.
Nesse caminho de desejos e sonhos, eu só desejo não sair imune, ou seja, que ao final eu possa me olhar, olhar a vida que vivi e me dizer que tudo valeu a pena, do sofrimento a alegria sem fim.
A intensidade é o que uso para viver porque assim nasci, assim aprendi. Não é que o pouco não me basta, mas me causa falta.

E não desejo viver com falta, a busca é pela abundância.

O Conforto

Depois de sete meses me dei conta que sinto, nessa nova cidade, uma sensação de conforto, que se assemelha a estar em casa. Por outro lado tem ainda todo o desconforto cultural, que sempre me lembra que eu não sou daqui e que um dia eu volto para lá.

Isso tudo veio com uma simples caminhada no fim da tarde quando me senti como se estivesse na Bahia, posso afirmar que até a brisa do mar tocou o meu rosto. E continuei a caminhada pensando que esse conforto nasceu aos poucos e não me avisou, ele foi se mostrando e hoje se revelou por completo.

Por um lado meu coração se encheu de felicidade por saber que é possível se adaptar em qualquer outro lugar, usando uma boa dose de paciência e perseverança. E outro lado ficou meio cabisbaixo, talvez pelo medo do abando da Bahia, que eu penso ser impossível.

Tudo isso para mim é muito gratificante porque os primeiros meses não foram fáceis. Não foi rápido trazer toda a minha leveza e felicidade para cá. Assim como caminhar despreocupadamente pelas ruas, olhar as pessoas. Foi um processo gradual, sofrido, divertido e vivido com muito amor.

Hoje eu me sinto grata pela vida que possuo, por tudo o que já vivi e pelo que vivo hoje. Nada substitui a felicidade de estar confortável no mundo, de fazer de qualquer lugar a sua casa. Acho que aos poucos eu consigo entender um pouco da magia da vida, do universo, do mundo.

Que os novos ventos com cheiro de brisa do mar da Bahia continuem soprando.....